Epidemiologia do Câncer de Mama
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- 13 de out.
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Introdução

O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre mulheres em todo o mundo, representando uma preocupação significativa em saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,3 milhões de novos casos foram diagnosticados em 2020, o que corresponde a 11,7% de todos os casos de câncer (World Health Organization, 2021). Este texto aborda a epidemiologia do câncer de mama, incluindo fatores de risco, incidência, mortalidade e tendências globais.
1. Incidência
A incidência do câncer de mama varia significativamente entre diferentes regiões do mundo, influenciada por fatores socioeconômicos, acesso à saúde e práticas de rastreamento.
Dados Globais: Em 2020, o câncer de mama representou 11,7% de todos os cânceres diagnosticados, tornando-se o câncer mais prevalente globalmente (Sung et al., 2021). A maior incidência é observada em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e na Europa Ocidental, onde as taxas são mais altas devido a programas de rastreamento eficazes.
Brasil: De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres brasileiras, com estimativas de 66.280 novos casos em 2021, representando 29,7% dos casos de câncer em mulheres (INCA, 2021).
2. Mortalidade
A mortalidade associada ao câncer de mama também varia globalmente, sendo um importante indicador da eficácia do diagnóstico precoce e do tratamento.
Taxas de Mortalidade: O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres em muitos países. Em 2020, aproximadamente 685.000 mulheres morreram em decorrência da doença (Sung et al., 2021).
Fatores Associados: Fatores como acesso a cuidados de saúde, tratamentos disponíveis e detecção precoce influenciam as taxas de mortalidade. Em regiões com recursos limitados, a mortalidade é mais elevada devido ao diagnóstico tardio e ao acesso limitado a terapias eficazes (Duffy et al., 2017).
3. Fatores de Risco
Diversos fatores de risco estão associados ao desenvolvimento do câncer de mama, incluindo:
Fatores Genéticos: As mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam significativamente o risco. Mulheres portadoras dessas mutações têm uma probabilidade de até 72% de desenvolver câncer de mama até os 80 anos (Kuchenbaecker et al., 2017).
Fatores Hormonais: Exposição prolongada a hormônios estrogênicos, como na terapia de reposição hormonal e em mulheres que não tiveram filhos, também está associada a um risco aumentado (McPherson et al., 2000).
Estilo de Vida: Fatores como obesidade, sedentarismo e consumo de álcool estão correlacionados a um risco maior de desenvolver câncer de mama. Estudos sugerem que mulheres que consomem mais de uma bebida alcoólica por dia apresentam um risco significativamente maior (Smith-Warner et al., 1998).
4. Tendências e Desigualdades
As taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama estão mudando ao longo do tempo e revelam desigualdades significativas:
Aumento nas Taxas de Incidência: Em muitos países em desenvolvimento, as taxas de câncer de mama estão aumentando, possivelmente devido à urbanização, mudanças nos estilos de vida e melhorias na detecção (Bray et al., 2018).
Desigualdades em Saúde: Há uma disparidade significativa no acesso a cuidados de saúde e tratamentos adequados, com mulheres em países de baixa e média renda enfrentando taxas de mortalidade mais altas. A falta de rastreamento e diagnóstico precoce é um fator crítico nessa desigualdade (Duffy et al., 2017).
5. Conclusão
A epidemiologia do câncer de mama é complexa e multifacetada, com fatores de risco variados e diferenças significativas nas taxas de incidência e mortalidade entre diferentes populações. O diagnóstico precoce, o acesso a cuidados de saúde e a conscientização sobre os fatores de risco são essenciais para melhorar os resultados e reduzir a mortalidade associada ao câncer de mama.
Referências
Bray, F., et al. (2018). "Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries." CA: A Cancer Journal for Clinicians, 68(6), 394-424.
Duffy, S. W., et al. (2017). "The impact of breast screening on breast cancer mortality in the UK." British Journal of Cancer, 117(4), 613-620.
INCA. (2021). "Estimativa 2021: Incidência de Câncer no Brasil." Instituto Nacional de Câncer.
Kuchenbaecker, K. B., et al. (2017). "Evaluation of breast cancer risk models in BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: a case-control study." American Journal of Human Genetics, 100(5), 1016-1027.
McPherson, K., et al. (2000). "Breast cancer: epidemiology, risk factors, and genetics." BMJ, 321(7261), 624-628.
Smith-Warner, S. A., et al. (1998). "Alcohol and breast cancer in women: a pooled analysis of cohort studies." JAMA, 279(7), 535-540.
Sung, H., et al. (2021). "Global cancer statistics 2020: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries." CA: A Cancer Journal for Clinicians, 71(3), 209-249.
World Health Organization. (2021). "Global Cancer Observatory."








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