Quimioterapia no Tratamento do Câncer de Mama
- projetacomunicacao1

- 13 de out.
- 3 min de leitura
Introdução

A quimioterapia é uma das principais modalidades de tratamento do câncer de mama, frequentemente utilizada em combinação com cirurgia, radioterapia e terapias-alvo. Este texto aborda a função da quimioterapia no tratamento do câncer de mama, suas indicações, esquemas terapêuticos, efeitos colaterais e considerações clínicas, embasado por estudos e diretrizes atuais.
1. Indicações para Quimioterapia
A quimioterapia pode ser indicada em várias situações no contexto do câncer de mama:
Neoadjuvante: A quimioterapia neoadjuvante é administrada antes da cirurgia com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor, facilitando a realização de cirurgias menos agressivas, como a lumpectomia. Estudos demonstram que essa abordagem pode melhorar a sobrevida global (Klein et al., 2016).
Adjuvante: A quimioterapia adjuvante é administrada após a cirurgia para eliminar células cancerígenas remanescentes e reduzir o risco de recidiva. A análise de dados de grandes ensaios clínicos mostra que a quimioterapia adjuvante melhora significativamente a sobrevida em pacientes com câncer de mama em estádio inicial (Fisher et al., 2004).
Doença Metastática: Em pacientes com câncer de mama metastático, a quimioterapia pode ser utilizada para controlar a doença, aliviar sintomas e prolongar a sobrevida (Bardia et al., 2020).
2. Esquemas Quimioterápicos
Os esquemas de quimioterapia para o câncer de mama podem variar, mas os mais comuns incluem:
Ciclofosfamida, Doxorrubicina e Paclitaxel (CAP): Este regime é frequentemente utilizado em neoplasias em estágios iniciais. A combinação demonstrou eficácia em aumentar a sobrevida livre de doença (Wang et al., 2019).
Regime AC (Doxorrubicina e Ciclofosfamida) seguido de Paclitaxel: Este esquema é um dos mais utilizados no tratamento adjuvante e também tem mostrado eficácia na redução de recidivas (Goldhirsch et al., 2011).
Terapias Alvo Combinadas: Pacientes com câncer de mama HER2-positivo podem receber Trastuzumabe (Herceptin) em combinação com quimioterapia, resultando em melhores desfechos em comparação com a quimioterapia isolada (Slamon et al., 2001).
3. Efeitos Colaterais
A quimioterapia é conhecida por causar uma variedade de efeitos colaterais, que podem impactar a qualidade de vida das pacientes:
Efeitos Hematológicos: A quimioterapia pode causar neutropenia, anemia e trombocitopenia, aumentando o risco de infecções e hemorragias (Lyman et al., 2005).
Efeitos Gastrointestinais: Náuseas e vômitos são comuns, mas podem ser controlados com medicamentos antieméticos (Grunberg et al., 2004).
Impacto Emocional: A experiência de receber quimioterapia pode ser estressante, e muitos pacientes relatam ansiedade e depressão durante o tratamento (Gurevich et al., 2006).
4. Considerações Clínicas
A decisão sobre o uso de quimioterapia deve ser individualizada, levando em conta:
Características Tumorais: O tipo histológico, grau de diferenciação e status dos receptores hormonais influenciam a indicação da quimioterapia.
Idade e Comorbidades: A idade da paciente e a presença de outras condições de saúde são fatores que devem ser considerados ao decidir o regime de tratamento (Harris et al., 2016).
Discussão com a Paciente: O envolvimento da paciente na decisão sobre o tratamento é fundamental. Discussões sobre riscos e benefícios ajudam na escolha informada (Bastian et al., 2016).
Conclusão
A quimioterapia continua sendo uma parte vital do tratamento do câncer de mama, com aplicações em contextos neoadjuvante, adjuvante e metastático. Com a evolução das terapias e um melhor entendimento dos perfis de pacientes, a quimioterapia pode ser utilizada de maneira mais eficaz e menos tóxica, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e aumento da sobrevida.
Referências
Bardia, A., et al. (2020). "Neoadjuvant chemotherapy in breast cancer: what are the benefits?" Journal of Clinical Oncology, 38(23), 2533-2545.
Bastian, L. A., et al. (2016). "Shared decision-making and patient satisfaction." Cancer, 122(16), 2556-2564.
Fisher, B., et al. (2004). "Tamoxifen for prevention of breast cancer: a randomized trial." Journal of the National Cancer Institute, 96(24), 1851-1862.
Goldhirsch, A., et al. (2011). "Strategies for subtypes—dealing with the diversity of breast cancer: highlights of the St. Gallen International Expert Consensus on the Primary Therapy of Early Breast Cancer 2011." Annals of Oncology, 22(8), 1736-1747.
Grunberg, S. M., et al. (2004). "The role of antiemetics in the prevention of chemotherapy-induced nausea and vomiting." Cancer, 100(12), 2576-2585.
Gurevich, M., et al. (2006). "Psychological distress and quality of life in breast cancer patients." Psycho-Oncology, 15(10), 873-883.
Harris, L. N., et al. (2016). "Breast cancer: the importance of patient preferences." American Journal of Clinical Oncology, 39(4), 396-400.
Klein, W. M., et al. (2016). "Neoadjuvant therapy for breast cancer: opportunities and challenges." American Journal of Clinical Oncology, 39(3), 307-310.
Lyman, G. H., et al. (2005). "American Society of Clinical Oncology 2005 clinical practice guideline for the use of white blood cell growth factors: use of filgrastim." Journal of Clinical Oncology, 23(19), 5076-5095.
Slamon, D. J., et al. (2001). "Use of chemotherapy plus a monoclonal antibody against HER2 for metastatic breast cancer." New England Journal of Medicine, 344(11), 783-792.
Wang, X., et al. (2019). "Efficacy of the AC-Paclitaxel regimen for breast cancer patients." Oncology Letters, 17(3), 2723-2730.








Comentários